Tu aprendeste a sofrer em silêncio e continuar funcional.
E o mundo aplaudiu essa resistência como se fosse virtude, quando, na verdade, era sobrevivência.
Na psicologia, esta diferença é fundamental.
A força nasce da consciência; a sobrevivência, do instinto.
A força permite-te cuidar, pausar, pedir ajuda, reorganizar-te. A sobrevivência obriga-te a resistir, a suportar, a desligar de ti para não colapsar.
✓ A força constrói.
✓ A sobrevivência apenas te mantem de pé.
E o mais cruel é que vivemos numa sociedade que glorifica o “aguenta”.
Que te elogia por não faltar ao trabalho, por continuares a sorrir, por nunca reclamares, sem imaginar o preço disso por dentro.
Que elogia quem não para, quem não desaba, quem continua a funcionar mesmo com a alma em ruínas.
Mas a verdade é que não há medalha em sangrar por dentro.
Não há virtude em permanecer inteira só por fora.
Mas a verdade é que não há virtude em sobreviver à custa de ti.
Não há mérito em sangrar em silêncio só para provar que és capaz.
🌿 A cura começa quando deixas de resistir
Cuidar não é desistir, é voltar a ti.
É recomeçar devagar, sem pressa de estar bem, sem fingir que já passou.
A cura não chega pelo esforço de continuar igual; chega pela coragem de mudar o que te rasgou.
Cura é aprender a dizer “chega” sem culpa.
• É dormir quando o corpo pede descanso.
• É chorar sem pedir desculpa.
• É reconhecer que o amor próprio também se pratica nos dias em que não há energia para mais nada.
A cura começa quando paras de te castigar por estar cansada.
Quando percebes que não precisas de provar a tua força ao mundo.
Basta não te abandonares mais.
E se um dia voltares a cair, porque a vida é cíclica e o cansaço é humano, lembra-te disto:
sobreviver foi o que te manteve viva,
mas curar-te é o que te vai permitir viver em paz.
Força é parar quando dói.
É chorar quando é preciso.
É reconhecer: “não consigo mais assim”, e mudar o rumo, mesmo que o mundo chame fraqueza.
A sobrevivência cala o corpo.
A força escuta-o.
E talvez o teu maior ato de coragem seja este:
deixar de sobreviver para, finalmente, começar a viver.
Cura não é continuar forte.
É permitir-te parar sem culpa.
🌻 Bárbara Pereira
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