🌟 A Arte Ancestral de “Fantasiar o Futuro”

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 00:35

(sim, também conhecido como preparar a alma para aquilo que merece… e irritar meia dúzia de céticos)

Há quem lhe chame fantasiar sobre o futuro.
Há quem diga que é viver num mundo paralelo.
Há quem jure que é lei da atração.
E depois há aquelas pessoas simpáticas que dizem:
coitada, vive a sonhar.”
(sim, normalmente são as mesmas que vivem à espera do milagre da raspadinha)

Mas eu descobri a minha definição preferida: visão ampla daquilo que vou ser.


Não fantasia — preparação.
Não fuga — alinhamento.
Não loucura — promessa.


E se for loucura, ao menos é daquelas que fazem a alma vibrar, não daquelas que nos fazem enviar mensagens a ex-namorados. Há níveis.

Durante anos, eu apaguei-me um bocadinho de mim.
Fiquei confortável no conforto: salário certo, lugar de chefia, liderança, responsabilidades…
E aquela anestesia emocional que dá quando a vida parece uma aula de Excel que nunca acaba.

E um dia acordei e percebi: não era o sonho que tinha morrido — era só eu que estava exausta.
(Sim, exausta. Daquelas exaustões que nem um spa, duas velas e três litros de cevada resolvem.)

Fantasiar sobre o futuro?
Não, amor.
Eu estava era a tentar lembrar-me de quem fui antes do medo me domesticar.
Antes de eu achar que estabilidade era sinónimo de segurança, quando na verdade era só sinónimo de… “não mexe, que estraga”.

A verdade é que quando fecho os olhos e me vejo no futuro — eu vejo livros publicados, o consultório renascido, crónicas a mudar vidas, mulheres a reencontrarem-se, a minha voz a servir de GPS espiritual para almas baralhadas…


E claro, tudo isto com Chico e Ariel a olhar para mim com aquele ar de “lá está ela outra vez nas ideias dela”.
É sempre bom ter supervisores felinos.

E agora o sarcasmo vem de mão dada com a realidade: será que quem imagina o futuro é louco?
Ou será que é só alguém que finalmente percebeu que esperar sentada não constrói rigorosamente nada — a não ser dores nas costas?

Porque sejamos honestas: quem nunca fantasiou o futuro também nunca teve coragem para construí-lo.
E quem critica normalmente é quem nunca ousou sequer tentar.

E se alguém quiser chamar a isto delírio…
paciência.


Há delírios que salvam mais do que certas realidades.
E se for para escolher, prefiro ser chamada de sonhadora do que de conformada. Sempre.

Eu sei o que quero.
Eu sei para onde vou.
E estou a recuperar a mesma coragem criativa daquela menina que abriu um consultório sem dinheiro, mas com fé — e que escreveu textos com a alma inteira, como quem acende luz em corredores escuros.

Fantasiar o futuro?
Sim, faço.
E com orgulho.

Porque se não fores tu a acreditar na tua vida futura…
quem é que acreditará?
Os críticos profissionais do café?
Os especialistas em desânimo gratuito?
Os céticos com síndrome de vida parada?

Não, amor.
Acreditas tu.
E isso chega.

E depois há esta parte de mim que é Transmontana de raiz, daquela fibra que não se dobra nem com ventanias nem com opiniões alheias.

Quem nasce entre montes aprende cedo que a vida não se fantasia — conquista-se, com unhas, coragem e um humor tão seco que corta mais que o frio de janeiro.

Temos esta mania bonita de sonhar alto, mas com os pés bem assentes na terra dura, porque sabemos que futuro não se pede: ergue-se.

E se me vês a imaginar consultórios, livros, independência e uma vida feita à minha medida, não confundas com fuga.

É estratégia ancestral.

Transmontanos não “visualizam”: planeiam em silêncio e surpreendem o mundo inteiro depois.

Lá na aldeia sempre disseram: “Quem sabe de onde vem, nunca se perde — pode é cansar-se de aturar parvos pelo caminho.”

E eu carrego isso com orgulho.

Se isto é loucura?

Não.

Loucura é viver sem sonho.

O meu só é grande porque nasci num lugar onde até as pedras ensinam a ser forte.

Chamam-lhe fantasia… eu chamo-lhe spoiler da minha própria ascensão. Sou transmontana, meu amor, nasci preparada para trilhos difíceis e finais épicos. Just say.

😏👑🔥

 

Bárbara Pereira ✍️ 

 

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