☀️ Bom dia, Domingo.Bom dia, vida. Bom dia sol, bom dia estrelas, bom dia universo inteiro. Ah, pára, pára, pára… pára tudo.
Não é assim tão maravilhoso. Isto não é positividade tóxica, é só a tentativa (quase heroica) de regressar a mim depois de uma noite agitadíssima. A minha mente decidiu ter vontade própria, o meu corpo só queria dormir, e o meu coração implorava por paz. Resultado: acordei cansada do descanso que não aconteceu.
Mas cá estou, com a alma em buffering e a cevada a tentar ligar o sistema operativo. ☕😏
Há manhãs em que acordo, mas o meu espírito ainda está a fazer download estratégico.
Fico ali, meio carregada, meio perdida, a olhar para o espelho e a dizer baixinho:
“Vai, guerreira. Mais um dia.” E o reflexo só responde com olheiras e aquele ar de quem ainda está a negociar com o universo.
É então que entra em cena o meu ritual sagrado: a cevada. Sim, cevada. O café da mulher que quer ter fé no equilíbrio, mas ainda acredita que o café é um direito humano. ☕😏
Eu ainda bebo café, claro que bebo, mas a cevada da manhã é sagrada. E atenção: troquei o açúcar por adoçante há quase um ano.
O café tomo sem açúcar, porque sou evoluída espiritualmente… ou apenas masoquista, ainda não decidi.
Mas a minha cevada, essa, tem de ter adoçante. É uma relação de dependência emocional que nem Freud explicaria.
Enquanto mexo a caneca, penso na vida, nos planos, nas noites agitadas em que o corpo não dorme e a mente faz maratonas.
E mesmo sem perceber o porquê, levanto-me, respiro e digo a mim mesma: “Vai guerreira, este dia é teu.”
Por vezes, basta um olhar profundo ao reflexo no espelho, um suspiro honesto e um “tu és capaz ” para o universo alinhar ligeiramente as estrelas. ✨
Toca Roar da Katy Perry, num volume estrategicamente calculado: alto o suficiente para a alma acreditar que é invencível, mas baixo o bastante para não receber reclamações no condomínio, e pronto, já tenho banda sonora para o heroísmo cotidiano.
Há dias — ou fases inteiras — em que não é só o sono que pesa. É o corpo inteiro a tentar entender o que está a acontecer.
Estamos numa grande mudança, talvez a maior de todas. E o corpo, esse oprimido, ainda acha que está em perigo. Sente medo, sente rejeição, sente o chão a desaparecer — porque está a deixar para trás o que conhecia, o que parecia seguro.
Mesmo que a alma esteja em festa, o corpo ainda não recebeu o convite.
E é preciso respeitar esse tempo: o tempo em que o coração já quer voar, mas as pernas ainda tremem.
A mulher real sabe — mudar é uma bagunça linda.
É deixar o conhecido, abrir a porta ao invisível e confiar que o novo também pode ser abrigo. Por isso, quando o medo grita, eu respiro fundo e lembro-me: se aguentei o peso do que me partiu, também mereço sustentar o brilho do que me faz renascer.
Se fui forte nas dores, posso ser forte nas vitórias. Não é fraqueza sentir medo, é só o corpo a tentar acompanhar a coragem da alma. 💫
No fundo, a mulher real não tem certezas, mas tem cevada, adoçante, coragem e uma playlist de fé disfarçada de sarcasmo.
E às vezes, isso já é o suficiente para começar o dia. 🌻
Nem sempre acordo pronta, mas acordo.
E às vezes, isso já é heroísmo suficiente. ☕💛
E lá vou eu, a tentar convencer o corpo de que “vai dar tudo certo”, enquanto ele só quer uma massagem, um feriado e um recibo do universo a comprovar isso.
O pessoal fala muito em alinhar chakras — eu só tento alinhar horários, contas e o humor antes das 10 da manhã.
Às vezes penso que o meu propósito espiritual é sobreviver sem insultar ninguém antes do segundo café. ☕
Mas pronto, dizem que o caos é sinal de mudança… e eu, sinceramente, já devia estar iluminadíssima. A mulher real não foge da vida, encara-a com olheiras, sarcasmo e uma fé meio cética, meio milagrosa.
E há sempre aquele momento, o da dúvida, o da vozinha interior que sussurra “e se não der certo?”.
Mas eu já nem discuto.
Respiro fundo, ergo a caneca da cevada como se fosse taça de champanhe e digo com convicção: “Vai, vai dar certo… porque eu sou completamente louca.” ☕😏
Louca o suficiente para continuar a acreditar, mesmo quando tudo parece uma piada cósmica.
E talvez seja isso que me salva — essa insanidade mansa de quem confia no invisível e ainda faz humor com o improvável.
Porque a fé, às vezes, é isso: uma loucura bem orientada. 🌻
E no fim, é isso. Se a iluminação não vier, que venha pelo menos um cupão de desconto no próximo desafio da vida, já era hora de o universo oferecer um brinde, não? 🎟️ E se mesmo assim nada acontecer, eu invento outra desculpa e chamo-lhe “processo espiritual” — fica sempre bem e dá um ar de quem está a aprender algo profundo. 🧘♀️
Mas vá, universo, não me deixes no vácuo: manda um sinal, uma coincidência, um meme, qualquer coisa que prove que ainda lês as minhas mensagens. 📩 E se ainda assim o silêncio continuar, tudo certo.
Eu acendo uma vela, faço cara de mística e improviso. 🔥 Porque no fim, a luz que procuro é a mesma que já carrego, mesmo que, às vezes, só brilhe por ironia.
Bárbara Pereira ✍️
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