Estava eu a ver uma daquelas séries históricas — com castelos, bruxas, princesas e vestidos que precisavam de quatro pessoas para apertar — e pensei: As mulheres reais adoram isto. Umas porque juram que já foram bruxas noutras vidas, outras porque acreditam que nasceram para viver num castelo com vista para o drama, e outras só porque gostam de ver homens com cabelo comprido e moral duvidosa.
Eu cá vejo por tudo isso — e por mais.
Porque há algo de reconfortante naquelas mulheres que não tinham Wi-Fi, mas tinham poder. Que curavam com ervas, rezavam à lua e ainda arranjavam tempo para salvar reinos e lidar com egos masculinos frágeis.
Honestamente, não sei se evoluímos assim tanto.
Às vezes penso: quem me dera ter vivido naquela época. Mas depois lembro-me de que, em certos dias, ainda vivo.
Porque basta abrir as redes sociais para perceber que a Idade Média só mudou de figurino. As coroas agora são filtros, os cavaleiros têm emojis no nome, e as bruxas… somos nós, as mulheres que falam o que pensam.
E quando olho à volta, entre reuniões, julgamentos e egos com armaduras invisíveis, penso: talvez aquelas mulheres de castelo fossem mais livres do que nós com cartões de crédito. Porque ao menos elas podiam chamar feitiço ao que sentiam,
e nós chamamos “ansiedade funcional”.
Mas está tudo bem.
Continuamos guerreiras — só trocámos a espada pelo sarcasmo e a poção mágica pelo café. E, sinceramente, funciona melhor. ☕✨
E depois há quem diga que já não vivemos na Idade Média. Claro que vivemos — só mudaram o figurino e o tipo de lenha.
Antigamente, bastava uma mulher falar de energia, ervas ou da lua cheia para a queimarem na fogueira. Hoje, basta falares de espiritualidade ou intuição para te chamarem “maluca”, “esotérica” ou, pior, “demasiado intensa”.
Na verdade, não evoluímos assim tanto,
continuamos a desconfiar de tudo o que não cabe no explicável.
Acreditamos no Wi-Fi, que ninguém vê, mas duvidamos da energia que sentimos.
Seguimos mapas astrais no Instagram, mas temos medo da nossa própria sombra.
E quando uma mulher diz a verdade, o mundo ainda acende fósforos — agora chamam-lhe “comentários”. 😏🔥
As bruxas de antigamente curavam com plantas.
As de hoje curam com verdades — e sarcasmo. 🌿😏
Talvez seja isso que nos mantém vivas, a força das que vieram antes, a coragem das que riram no meio do fogo, e a teimosia das que ainda hoje chamam magia àquilo que sentem.
A Mulher Real carrega todas elas dentro de si: a bruxa, a princesa, a guerreira e a cansada que mesmo assim sorri.
Porque no fim, o humor é o nosso feitiço mais antigo e o riso, o escudo que impede o mundo de nos queimar outra vez. 🔥🌻
Entre séries como, The Crown, Salem, The Witcher, Outlander… umas com rainhas, outras com bruxas, e outras com homens que deviam ser estudados pela ciência emocional. Confesso: há qualquer coisa nestas séries que me fascina. Talvez seja a realeza com traumas, as feiticeiras perseguidas por saberem demais, ou aquelas mulheres que amam, sofrem, renascem e ainda encontram tempo para salvar o mundo com um vestido de 12 quilos. Vejo-as e penso: as Mulheres Reais sempre existiram.
Só mudaram de figurino, agora usam sarcasmo em vez de coroas. 👑😏
👑 A Mulher Real não perdeu o trono — só o atualizou.
Agora o castelo tem Wi-Fi, mas o feitiço continua o mesmo. 🌙💫
Bárbara Pereira ✍️
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