Cheguei à idade em que já não me apetece justificar nada

Publicado em 2 de novembro de 2025 às 13:35

Chega uma idade em que já não dá vontade de explicar. E, honestamente? É libertador. Vocês já chegaram àquela idade em que dá preguiça — sim, preguiça — de se justificar? De corrigir a versão que os outros inventaram? De explicar o que foi dito, o que foi sentido e o que nunca foi compreendido?

Eu já. E digo-te: é uma das maiores bênçãos da maturidade.

Antes eu gastava energia a querer provar que não era como diziam, a mostrar intenções, bondade, inocência.

Hoje? Olho, sorrio e penso: “Se acreditas nisso, boa sorte com a tua ficção.”

 

Vocês já chegaram àquela meia-idade da frase mágica: “Entendam como quiserem”?

É o auge da libertação emocional. Aquele momento em que já não tens tempo, nem paciência, nem interesse em traduzir a tua verdade para quem ouve com filtros próprios.

É quando percebes que quem quer entender, entende. E quem não quer… que invente — dá menos trabalho que discutir.

A pessoa entendeu? Ok.

A pessoa não entendeu? Ok também.

Tenho preguiça demais de me explicar.

Preguiça demais de justificar quem sou.

Preguiça demais de defender o meu caráter. Preguiça real de dizer “não foi bem assim”.

Foi, foi como te contaram. Aliás, se te faz feliz, acredita: se calhar ainda foi pior.

Ser mulher real é chegar a este ponto: onde a serenidade pesa mais do que a necessidade de ter razão. Onde o tempo já ensinou que quem quer entender… entende sem explicação.

 

E o resto?

Fica no ruído do mundo.

 

E no fim, é isto: chega uma fase em que a explicação cansa mais do que o mal-entendido.

Entendam como quiserem” vira mantra, e o silêncio — o argumento mais sábio que já aprendi.

 

Não é arrogância, é economia emocional.

Já não debato, não defendo, não convenço.

Quem quiser, que faça o podcast das suas versões. A maturidade é perceber que paz vale mais do que ter razão, que o caráter fala mais alto do que qualquer discurso.

 

Antes eu queria ser compreendida — agora só quero paz e uma boa noite de sono.

Não sou fria, só descobri o poder divino de não responder. E se quiserem chamar a isso desinteresse, chamem. Eu cá, chamo de preguiça espiritual altamente evoluída.

 

Bárbara Pereira ✨🌻

 

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