De vez em quando alguém arrisca (corajosos até) a frase clássica: - “Bárbara, tu tens mau feitio.”
E eu penso: que preguiça de gente que não percebe a nuance.
Porque não, eu não tenho mau feitio.
Tenho feitio selectivo.
É como premium, mas sem mensalidade.
É diferente.
Não é distribuído ao acaso.
Não é gratuito.
É, aliás, uma espécie de justiça emocional: só aparece para quem insiste em testar os meus limites.
Não é para todos.
É um serviço exclusivo reservado a quem se esforça para o merecer:
os chatos, os incoerentes, os moralistas de ocasião, os que adoram dizer “se fosse eu fazia diferente” mas nunca fazem nada.
Esses têm passe vitalício para o meu lado menos zen.
O resto do mundo, garanto, encontra em mim uma mistura de colo, humor e até extrema paciência.
Mas há limites, meus amores.
Nem a Shakira escreve músicas infinitas para cada Piqué da vida • e olhem que ela até teve material para várias.
O meu “mau feitio selectivo” é só um mecanismo de defesa com glitter:
✓ é dizer não com classe quando esperavam um sorriso submisso,
✓ é pôr ponto final onde queriam vírgulas,
✓ é transformar silêncio em ironia,
✓ dizer não quando esperam que tu cedas,
✓ é não descer do salto depois de tentarem pisar-te pelo menos dez vezes,
✓ fechar a porta quando toda a gente insiste em entrar,
✓ é direcionamento estratégico de energia vital. É gestão inteligente.
E convenhamos: que graça teria a vida se fôssemos todas doces o tempo inteiro?
Doçura em excesso dá diabetes emocional.
Paciência sem limites transforma-se em submissão.
Então não, não é defeito.
É sobrevivência refinada.
E se alguém se sente incomodado… talvez seja exatamente a pessoa para quem o meu selectivo se activa.
Porque não é sobre gritar por tudo e por nada.
É sobre escolher onde gastar a minha voz.
Não é sobre ter paciência infinita.
É sobre decidir que há causas que não merecem um único minuto do meu sangue.
A energia vital é como saldo bancário.
E já aprendi que não dá para investir em quem só suga, em quem nunca soma, em quem confunde presença com favor.
Por isso, sim, às vezes parece mau feitio.
Mas é apenas a arte de escolher:
✓ não responder a provocações baratas,
✓ não alimentar conversas tóxicas,
✓ não perder tempo infinito a justificar-me para quem nunca vai entender.
É isso: estratégia.
Direcionar a minha força para o que me constrói, não para o que me destrói.
Dar a minha energia ao que me levanta, não ao que me puxa para o chão.
É saber que a vida é curta demais para desperdiços.
📌 Nota final: não é mau feitio, é talento.
E, como todo talento, nem sempre é reconhecido por quem o merece.
E se te incomoda… parabéns, és uma das razões para ele existir.
Deixa a tua estrela e ajuda a iluminar este espaço.
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