Mau feitio selectivo

Publicado em 21 de setembro de 2025 às 16:50

De vez em quando alguém arrisca (corajosos até) a frase clássica: - “Bárbara, tu tens mau feitio.”

E eu penso: que preguiça de gente que não percebe a nuance.

Porque não, eu não tenho mau feitio.

Tenho feitio selectivo.

É como premium, mas sem mensalidade.

 

É diferente.

Não é distribuído ao acaso.

Não é gratuito.

É, aliás, uma espécie de justiça emocional: só aparece para quem insiste em testar os meus limites.

 

Não é para todos.

É um serviço exclusivo reservado a quem se esforça para o merecer:

os chatos, os incoerentes, os moralistas de ocasião, os que adoram dizer “se fosse eu fazia diferente” mas nunca fazem nada.

Esses têm passe vitalício para o meu lado menos zen.

 

O resto do mundo, garanto, encontra em mim uma mistura de colo, humor e até extrema paciência.

Mas há limites, meus amores.

Nem a Shakira escreve músicas infinitas para cada Piqué da vida • e olhem que ela até teve material para várias.

 

O meu “mau feitio selectivo” é só um mecanismo de defesa com glitter:

 

✓ é dizer não com classe quando esperavam um sorriso submisso,

✓ é pôr ponto final onde queriam vírgulas,

✓ é transformar silêncio em ironia,

✓ dizer não quando esperam que tu cedas,

✓ é não descer do salto depois de tentarem pisar-te pelo menos dez vezes,

✓ fechar a porta quando toda a gente insiste em entrar,

✓ é direcionamento estratégico de energia vital. É gestão inteligente.

 

E convenhamos: que graça teria a vida se fôssemos todas doces o tempo inteiro?

Doçura em excesso dá diabetes emocional.

Paciência sem limites transforma-se em submissão.

 

Então não, não é defeito.

É sobrevivência refinada.

E se alguém se sente incomodado… talvez seja exatamente a pessoa para quem o meu selectivo se activa.

 

Porque não é sobre gritar por tudo e por nada.

É sobre escolher onde gastar a minha voz.

Não é sobre ter paciência infinita.

É sobre decidir que há causas que não merecem um único minuto do meu sangue.

 

A energia vital é como saldo bancário.

E já aprendi que não dá para investir em quem só suga, em quem nunca soma, em quem confunde presença com favor.

 

Por isso, sim, às vezes parece mau feitio.

Mas é apenas a arte de escolher:

✓ não responder a provocações baratas,

✓ não alimentar conversas tóxicas,

✓ não perder tempo infinito a justificar-me para quem nunca vai entender.

 

É isso: estratégia.

Direcionar a minha força para o que me constrói, não para o que me destrói.

Dar a minha energia ao que me levanta, não ao que me puxa para o chão.

 

É saber que a vida é curta demais para desperdiços.

 

📌 Nota final: não é mau feitio, é talento.

E, como todo talento, nem sempre é reconhecido por quem o merece.

E se te incomoda… parabéns, és uma das razões para ele existir.

 

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Comentários

RitaM.
6 dias atrás

👏👏💚