Tu és capaz. Sempre foste.

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 18:31

Há muitos anos atrás, quando eu era apenas uma menina, sonhava em ser escritora. Sonhava com uma casa a respirar simplicidade, com um alpendre de madeira, um labrador preto a correr livre e um campo inteiro de girassóis a abraçar-me.

Eu era só uma criança inocente e cheia de sonhos, mas já carregava no peito o desejo de existir em grandeza.

Eu era só uma menina.

E, no entanto, o coração já carregava um campo inteiro de possibilidades.

Hoje, 40 anos depois, dou os primeiros passos nesse sonho.

Não foi só o medo que me travou • foi, sobretudo, a descrença em mim mesma.

E ainda há dias em que não acredito. Mas sigo.

E esse “seguir” é a minha vitória.

Crescer foi um constante aprendizado de quedas e recomeços.

Vieram medos e dúvidas, vieram vozes que me fizeram acreditar que eu não seria capaz.

E eu acreditei.

Acreditei durante anos que não era suficiente. Que não era capaz.

E, mesmo assim, dentro de mim, esse sonho nunca deixou de respirar.

Durante muito tempo, eu existi em modo sobrevivência. Trabalho, cansaço, medo do salto.

O sonho ficava para “quando houver tempo”, “quando eu estiver pronta”, “quando a vida abrandar”.

(A vida raramente abranda por conta própria.)

Hoje, olho para o caminho e percebo: sem fé, sem coragem, sem cura, eu nunca estaria aqui.

 

Se alguém me dissesse que eu ia criar um site do zero, sozinha, e fazê-lo tão inteiro e bonito, eu não acreditaria.

 

Não houve trombetas. Houve um domingo silencioso em que abri o portátil e disse: “é hoje.”

Fiz o banner torto, recomecei três vezes(foram mais, mas perdi a conta), publiquei com as mãos a tremer. Depois vieram as páginas, as crónicas, o áudio no “Sobre mim”, o podcast A Alma Tem Voz, o e-book em preparação. Nada perfeito, tudo verdadeiro.

Aprendi ferramentas. Apaguei coisas sem querer. Refiz. Chorei. Ri de mim. E segui.

 

Se alguém me dissesse que eu ia lançar o meu próprio podcast, escrever crónicas, rubricas e até dar voz à minha essência, eu teria rido de nervosismo e descrença.

 

Eu achava que precisava de condições perfeitas, de alguém a segurar-me pela mão, de não sentir este medo. Mas descobri outra coisa: o caminho não começa quando o medo acaba • começa quando tu dás um passo mesmo com medo.

 

Tudo isto que vês - site, podcast, rubricas • nasceu das minhas próprias mãos, do meu tempo roubado ao cansaço, da minha coragem e da minha verdade. 

Das madrugadas após o turno de trabalho como gerente numa loja, 

Da criação no meio de lágrimas.

Com erros, com tremores, com vulnerabilidade.

Deixei de pedir ao mundo um sinal de que valia a pena. Tornei-me o meu próprio sinal.

Percebi que “existir” não é pouco:

é Ser inteira • corpo, mente, espírito, palavra e presença.

E descobri que a abundância não se pede de joelhos ao algoritmo. Planta-se. Texto a texto. Episódio a episódio. Gesto a gesto.

Mas nasceu. Cresceu. Está aqui.

Eu também cresci. 

Permiti-me abraçar as feridas, as mágoas, os erros, as ausências que tanto me marcaram na infância, a dor, tão profundamente marcada em mim. 

E cada passo em que criei, foi uma passo firme na fé e na minha cura. 

Se há algo que eu aprendi neste processo é que o motor não está fora, está dentro.

Quem te ajuda pode ser bússola, mapa, eco. Mas quem faz o caminho és tu.

E tu podes seguir, mesmo a tremer.

E, hoje sei, cada pequeno passo foi uma vitória sobre o medo. Sobre as vozes do passado. 

Crescer ensinou-me uma verdade dura: nem sempre quem está mais perto é quem mais nos apoia.

Muitas vezes, quem nos rodeia não consegue ver a grandeza que carregamos dentro.

E, por isso, crescer é muitas vezes um movimento solitário.

Doeu, sim.

Mas também me ensinou algo essencial: o passo em frente faz-se sempre com os nossos próprios pés.

 

E o reconhecimento mais bonito não é o dos outros • é aquele que nasce cá dentro, quando atravessamos o impossível.

O orgulho no nosso poder, resiliência e persistência. 🥹🫶

Para o mundo pode parecer mínimo; para mim, é um universo inteiro.

Hoje sei: existir não é pouco.

Existir é o acto mais bonito de viver.

É estar presente, inteira, fiel à minha essência.

E por isso sinto orgulho. Porque vejo aquela menina e sei que fizemos as pazes. 

Sei que estou a honrar o nosso Sonho e a nossa missão. 

E esta existência está a ser incrível. 🌻✨

 

🌻 Antes eu não acreditava… hoje eu vivo.

 

Que este post seja o teu lembrete:

💚 Não esperes pelo dia em que vais sentir-te pronta.

💚 O medo não é sinal para parar, é sinal de que estás a crescer.

💚 A tua verdade tem força para ganhar corpo, voz e mundo.

 

Bárbara Pereira ✨💜

 

Um dia (breve), vou contar-te mais sobre mim, no livro 📕

"O sonho da menina girassol 🌻"

 

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Comentários

Marta R.
2 dias atrás

🥹🥹🫶💚🫂