O choro é o corpo a falar quando a boca se cala.
É a emoção a encontrar saída quando já não cabe dentro.
É a alma a abrir uma torneira para não rebentar por dentro.
O que a psicologia ensina sobre o choro?
1. Função fisiológica:
As lágrimas emocionais não são iguais às de cortar cebola.
Elas carregam hormonas ligadas ao stress (como cortisol), ajudando a reduzir a tensão interna.
Ou seja: o corpo literalmente liberta toxinas emocionais quando choras.
2. Função emocional:
Chorar ajuda a processar sentimentos intensos • tristeza, frustração, medo, até alegria.
É uma válvula de regulação emocional.
3. Função relacional:
O choro também comunica.
Desde bebés, choramos para pedir colo, alimento, protecção.
Na vida adulta, continua a ser um pedido silencioso de apoio e de autocura.
As lágrimas dizem: “Preciso de ti” ou “Preciso de descanso”.
Na psicologia, as lágrimas têm função:
Regulam a tensão emocional.
Libertam o corpo de hormonas ligadas ao stress.
Ativam no cérebro a sensação de alívio.
Por isso, chorar não é sinal de fraqueza.
É mecanismo natural de cura.

O tabu do choro
Muitos cresceram a ouvir:
• “Engole o choro.”
• “Os fortes não choram.”
• “Homem não chora.”
• "Já vais chorar outra vez?"
• “Chorar é coisa de fraco.”
• “Se choras, é porque não sabes controlar-te.”
E aprenderam a conter algo natural, a ponto de se sentirem culpados por precisar libertar.
E assim, muitos aprenderam a conter as lágrimas até acreditarem que não precisavam delas.
Mas nada fica contido para sempre.
O que não sai em lágrimas, sai em dores no corpo, em ansiedade, em
explosões.
Reprimir constantemente o choro pode levar a:
- Ansiedade.
- Sintomas psicossomáticos.
- Explosões emocionais desproporcionais.
Deixa a tua estrela e ajuda a iluminar este espaço.
Reflexão
Chorar é força, não fraqueza.
A força de quem não aguenta mais prender o mundo dentro de si.
A força de libertar o que está preso.
A força de se permitir ser humano.
Porque força não é aguentar o insuportável até rebentar.
Força é reconhecer que há coisas maiores do que tu sozinha.
E dar ao corpo o direito de falar quando já não consegues.
Consegues permitir-te chorar quando precisas?
Ou ainda guardas em ti a voz de quem te mandou “engolir o choro”?
Quando foi a última vez que te permitiste chorar • não por fraqueza, mas por amor a ti?
Chorar não é desistir. É libertar o que já não cabe dentro.
Permitir-se chorar é dar espaço à cura, é deixar que a dor se mova para que a vida volte a fluir.
Porque força não é segurar as lágrimas.
Força é deixá-las cair e seguir em frente, mais leve.
Que toda a gente se permita chorar.
Que cada lágrima seja um passo de libertação.
Que o teu choro seja colo.
Que a tua dor se transforme em força.
E que cada lágrima hoje seja um passo mais leve amanhã.
Bárbara Pereira ✨
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